Presença de collembola (hexapoda) no refugio de vida silvestre dos campos de palmas comparando ambientes diversos.

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RESUMO

Classificados na Classe Ellipura, colêmbolos são poucos conhecidos, chamados popularmente pulgas de jardim, têm no máximo com 5mm. A Ordem Collembola apresenta 7.500 espécies descritas até o momento, entretanto, existem poucos estudos sobre ela na região neotropical, principalmente no Brasil. É um grupo basal, entognato (peças bucais internas), o fóssil de sua linhagem mais antigo data de 400 milhões de anos. Com 6 segmentos abdominais, sua presença é condicionada a vários fatores como ph, pedoclima, aeração, composição da matéria orgânica, disponibilidade de nutrientes, tipo de húmus, efeito da cobertura vegetal. São muito sensíveis a mudanças ambientais, entretanto, foram relatados em todos os ambientes, havendo desde espécies desérticas as espécies glaciares. Alimentam-se principalmente de microrganismos e fungos associados à matéria orgânica do solo, são predados por diversos organismos como pequenos aracnídeos (ácaros, aranhas), insetos (besouros, formigas) opiliões, amblipígideos, quilópodes, peixes, sapos, lagartos, aves e até pequenos marsupiais e mamíferos. Devido às características de seu desenvolvimento e o seu papel na ciclagem de nutrientes são considerados bioindicadores para condições de solo e para verificar a recuperação de áreas reflorestadas. O objetivo do estudo é analisar a sazonalidade de Collembola no Refugio de Vida Silvestre dos Campos de Palmas (RVS-CP), comparando quatro ambientes: Mata fechada, Borda, Campo e Área de Sucessão Ecológica onde foi retirado Pinus taeda. A área de estudo compreende o RVS-CP, uma Unidade de Conservação (UC) de Categoria Integral, localizada na divisa de Palmas e General Carneiro. A área corresponde ao bioma Mata Atlântica, Floresta Ombrófila Mista que no Sul do Brasil eventualmente ocorre com associações campestres. Ainda não existe nenhum estudo sobre colêmbolos na UC. Foram instaladas duas armadilhas por ambiente ao longo de oito meses, entre dezembro e julho, com coletas quinzenais (no ambiente de sucessão ecológica) e semanais (nos outros ambientes). No ambiente de sucessão ecológica foram coletados apenas 9 indivíduos. Na segunda etapa houve a presença considerável de Collembola. Até o momento foram coletados 3.877 indivíduos, sendo 1606 no interior da mata, 2164 em ambiente de borda e 107 em campo aberto. A somatória de colêmbolos coletados foi distribuída mensalmente da seguinte forma dez (n=123); jan (n = 1494); fev (n= 258); mar (n=398); abr (n=232); mai (n= 235); jun (n= 451); jul (n= 686). A pouca ocorrência em ambiente de campo provavelmente deve-se à preferencia que os indivíduos demonstram por locais úmidos e serapilheira, e a abundância encontrada em ambientes de Borda e Mata pode estar relacionada com o nível de nutrientes disponível no solo. O estudo ainda está em andamento, todavia, através desse pode-se perceber a necessidade de novas pesquisas com o grupo, buscando identificar taxonomicamente possíveis novas espécies e relacionando com qualidade de solo, presença de P. taeda e/ou interferência antrópica, presença de presas ou predadores no ambiente e ainda com a vegetação nativa do RVS-CP.

PALAVRAS-CHAVE: Collembola; Bioindicadores; Mata atlântica; Campos.