“A normalista linda/não pode casar ainda”: a representação da professora em romances de autoria feminina.

RESUMO

O objetivo deste trabalho foi fazer um levantamento de romances escritos por mulheres na literatura brasileira nos quais sejam representadas professoras. Como uma primeira etapa, ao mesmo tempo que investigamos a respeito da situação sócio-política no Brasil nos últimos dois séculos em relação à formação profissional para as mulheres, atentando às questões históricas e legislativas, bem como a evolução da profissionalização da mulher e a divisão sexual do trabalho, buscamos romances escritos por mulheres desde o século XIX em que houvesse uma personagem professora. Nessa primeira etapa, a qual chamamos quanti-qualitativa, para termos um quadro da professora representada na literatura de autoria feminina, a partir das leituras iniciais dos romances, elaboramos uma ficha para cada um deles. Nesta ficha, procurou-se elencar informações sobre a autora, sobre o romance, além dos aspectos básicos (tempo, espaço, foco narrativo), aspectos importantes a respeito da personagem (educação, talentos, características físicas e psicológicas, crenças e opiniões, vida sexual, relações que estabelece com o entorno, casamento, maternidade, trabalho doméstico x trabalho remunerado, envolvimento com a criminalidade). Para nos auxiliar na compilação e no tratamento dos dados, contamos com o auxílio do software Sphinx, versão léxica. Como aporte teórico, baseamo-nos na Crítica Feminista Angloamericana, sobretudo porque esta se ocupa da escrita da mulher como lugar da experiência social feminina, privilegiando questões políticas e ideológicas, práticas legitimadas e implicações de ordem cultural e intersubjetivas para as experiências de escritoras e/ou leitoras no processo de representação (ZOLIN, 2003).

PALAVRAS-CHAVE: Literatura brasileira; Personagem; Professora.