Análise da composição química dos aços avançados de alta resistência utilizados nos automóveis.

  • Paulo Ricardo Milao do Carmo
  • Luiz Mauricio Valente Tigrinho
  • Luiz Mauricio Valente Tigrinho
  • Orientador – luiz.tigrinho@ifpr.edu.br

RESUMO

A indústria automobilística é um dos maiores mercados para aços de alta resistência e responsável pelo desenvolvimento de novos materiais e tecnologias. Basta lembrar que os primeiros automóveis possuíam feitio quadrado basicamente em função da inadequada estampabilidade das chapas dos aços ferrítico-perlíticos, uma consequência não só da incipiente ciência metalúrgica da época, bem como das limitações dos processos industriais de refino e conformação. Contudo, a pressão da indústria automobilística pela redução de preço e melhoria do design dos automóveis forçou as usinas a evoluir tecnologicamente para produzir aços com alta estampabilidade. Nas últimas décadas a crescente demanda por carros mais seguros, econômicos e menos poluentes exigiram das montadoras, siderúrgicas e comunidade científica investimentos na pesquisa de novos aços. O resultado foi o aumento significativo na utilização de aços avançados de alta resistência nos automóveis. Esses aços são uma das apostas da indústria automotiva para reduzir o peso dos veículos e consequentemente diminuir o consumo de combustível. Porém, a sua ampla aplicação ainda está limitada a desafios na conformabilidade, fator escala e vida útil das ferramentas. O objetivo dessa pesquisa é determinar a composição química dos aços avançados de alta resistência através de ensaios de análise química. Foram utilizados Aços Avançados de Alta Resistência (AHSS – Advanced High Strength Steels) como aços DP (Dual Phase) DP350/600, DP450/780 e DP750/980, CP (Complex Phase) CP700/850 e TRIP (Transformation Induced by Plasticity) TRIP350/600 e TRIP450/780. Também utilizou-se aços de alta resistência (HSS – High Strength Steel), destacando-se entre esses os Aços de Alta Resistência e Baixa Liga (HSLA – High Strength Low Alloy) HSLA360/450 e HSLA420/490, aços convencionais como microligado DC06 e aço carbono comum 1006. Não esquecendo que o foco principal é o estudo dos AHSS, esses outros aços serviram apenas como base de comparação. Após determinadas todas as composições químicas, foi realizado uma compilação dos dados, proporcionando uma base de comparação entre todos os materiais estudados. A análise química do material possibilitou a verificação da real composição química das amostras fornecidas para os ensaios, bem como sua comparação com a especificação fornecida pelo fabricante do aço e também de autores que realizaram trabalhos com os mesmos aços. A composição química característica apresentada pelos AHSS conferem a esses materiais conformabilidade sem que ocorra perda significativa na resistência mecânica, por isso a importância de determina-la e também de conhece-la, para um maior entendimento da estampabilidade desses aços, que ainda são pouco conhecidos e por isso pouco aplicados pela indústria automotiva brasileira. Do ponto de vista científico, o tema aços avançados de alta resistência ainda é pouco conhecido devido ao tempo de existência se comparados aos aços convencionais utilizados anteriormente. Sendo assim o IFPR terá um projeto exclusivamente na abordagem desse tema de relevância local, nacional e internacional.

PALAVRAS-CHAVE: Aços Avançados de Alta Resistência; AHSS (Advanced High Strength Steel); Composição Química; Redução de Peso dos Automóveis.