A aula de história como espaço de conhecimento: lugar de aluno é no arquivo.

RESUMO

Tendo em vista a compra pelo Câmpus Curitiba (IFPR), do prédio da antiga fábrica da Mate Real – fábrica de beneficiamento de erva mate localizada em Curitiba/PR, denominada Moinhos Unidos Brasil Mate S.A. Vimos a partir de então uma grande oportunidade de proporcionar aos alunos do ensino médio integrado a possibilidade de estudar história garimpando documentos em condições mais ou menos precária. Pois como afirma o historiador Carlos Bacellar “no Brasil não há uma prática corriqueira de preservação documental privada, e as noticias de destruição de importantes conjuntos documentais infelizmente não são raras” (BACELLAR, 2005, p. 42).Para embasar teoricamente a discussão trazemos a contribuição da pesquisadora Luara Stollmeier que realizou sua investigação de graduação (monografia) no local como descrito a seguir: “Não obstante, a pesquisa de sua estrutura envolveu um referencial documental relativamente amplo, o qual permitiu a definição do uso dos espaços em diferentes tempos e, de um modo embrionário, a observação de algumas relações. Essa condição foi determinada pela extensa pesquisa que tal acervo documental, há muito intocado.” (STOLLMEIER, 2013). Nossos primeiros objetivos eram cotejar informações, justapor documentos, relacionar texto e contexto, estabelecer constantes, identificar mudanças e permanências e por fim produzir um trabalho semelhante ao dos historiadores, contextualizando o documento para pesquisa pública através da construção de um banco de dados transformando os documentos em materiais para ensino. Posteriormente, com o auxilio da técnica Sirlei Schimdtt de Toledo que é especialista em Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis e que no IFPR Câmpus Curitiba atua como auxiliar em assuntos educacionais. Iniciamos o trabalho, primeiramente confeccionando materiais para preservação dos documentos encontrados no interior do cofre da empresa Mate Real. Posteriormente a técnica Sirlei explicou os cuidados que os bolsistas devem ter ao manusear documentos incluindo um conjunto de técnicas e métodos de conservação dos documentos. Nós os bolsistas iniciamos o trabalho de higienização com pequenos reparos e acondicionamento em pastas adequadas. Este processo corresponde apenas à limpeza da superfície dos documentos escolhidos no primeiro processo, ou seja, retirada de poeira e outros resíduos estranhos aos documentos, como clipes e grampos presos aos documentos. Pode-se dizer que para este primeiro momento os objetivos foram alcançados, no entanto, o trabalho apenas começou, há ainda um longo trabalho a ser desenvolvido, sobretudo porque há ainda uma grande quantidade de documentos expostos no antigo prédio da Mate Real e se não houver intervenção imediata muitos desses documentos, inclusive de cunho histórico, poderão se perder.

PALAVRAS-CHAVE: Erva mate; acervo documental; Conservação e Restauração de Bens Culturais; Higienização.