Análise da presença de metais pesados nos bancos de grama marinha (halodule wrightii) utilizados como áreas de alimentação das tartarugas-verdes (chelonia mydas) no litoral do Paraná.

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  • Flávia Rossato
  • Allan Paul Krelling
  • Wellington Cesar Gallice
  • Izabel Carolina Raittz Cavallet
  • Orientadora – izabel.cavallet@ifpr.edu.br

RESUMO

Das sete espécies de tartarugas marinhas existentes no mundo cinco ocorrem no Brasil, sendo uma delas a tartaruga verde (Chelonia mydas), espécie que encontra-se em um estado vulnerável de conservação. Apesar dos sítios reprodutivos estarem localizados principalmente na região nordeste do país, a presença de indivíduos juvenis desta espécie é frequente ao longo de toda a costa brasileira. No litoral do Paraná estes animais costumam utilizar os bancos de grama marinha existentes como áreas de alimentação e descanso. Apesar do Complexo Estuarino de Paranaguá ter sido tombado pela Unesco em 1999, juntamente com a Serra do Mar, como Patrimônio da Humanidade, diversas atividades antrópicas ameaçam a conservação da biodiversidade local, como: atividade portúaria, pesca artesanal, turismo desordenado, poluição e desenvolvimento regional sem organização prévia. Dentre os poluentes lançados no meio marinho, destacam-se os metais pesados, introduzidos no meio através de diferentes fontes de origem antropogênica, como rejeitos industriais, portuários, domésticos, etc. O aumento crescente dos problemas relacionados à poluição tem levado a ações no sentido de se estimar os efeitos dos poluentes sobre as comunidades marinhas. A utilização das macrófitas marinhas em ecossistemas costeiros, estuarinos e marinhos, entre elas a grama marinha (Halodule wrightii) no monitoramento de metais pesados, já é amplamente citada na literatura. Este projeto apresenta como objetivo de pesquisa analisar a presença de metais pesados (cádmio, cobre, selênio e zinco) nos bancos de grama marinha utilizados como áreas de alimentação das tartarugas-verdes no Litoral do Paraná. Para isso foram definidos, a partir da revisão bibliográfica, cinco áreas de bancos de grama marinha, comprovadamente utilizadas como áreas de alimentação das tartarugas-verdes na Baia de Paranaguá, sendo elas: Ponta Oeste, Saco do Limoeiro, Baixio do Perigo, Ilha Rasa e Ilha Rasa da Cotinga. Foram coletadas 3 amostras (repetições) de quatro pontos escolhidos de maneira aleatória em cada um dos bancos de grama, totalizando 12 amostras por banco de grama e 60 amostras por estação (o procedimento será repetido nas estações seca e chuvosa). Após coletadas, as amostras foram transportadas ao laboratório de Biologia do IFPR, onde foram lavadas com água destilada, secadas em estufas, moídas e armazenadas. Posteriormente, as amostras serão digeridas pela tecnologia de micro-ondas utilizando o método USEPA 3051A para quantificação dos metais, que serão analisados pela técnica de espectrofotometria de emissão atômica por indução de plasma (ICP-ES) no laboratório de Oceanografia Química do Centro de Estudos do Mar da Universidade Federal do Paraná. Os dados obtidos serão analisados e avaliados quanto a: presença e quantidade de metais pesados nos diferentes bancos de grama; variação sazonal da presença e quantidade de metais pesados; e relação entre a distância da área portuária e presença e quantidade de metais pesados.

PALAVRAS-CHAVE: Chelonia mydas; Halodule wrightii; Baia de Paranaguá; Metais pesados.